Celular Flagra Cena Macabra E Assustadora Em Fotografia.
Duvidar muita gente duvida, mas passar pelas mesmas experiências quase ninguém quer. As histórias de assombrações ganham força hoje (31), no “Dia do Saci”, para os brasileiros, ou Halloween, como a festa é conhecida nos países anglo-saxônicos.
Quem nunca ouviu falar, quando criança, da “mulher do algodão” que aparecia nos banheiros das escolas? Na versão mais conhecida, a dita cuja estaria à procura de alguém para retirar o chumaço que carregava no nariz. Em outra, pouco comum, ela aparecia com o corpo todo enrolado em algodão. Para piorar a situação, o local preferido de aparição sempre foi o banheiro das meninas. Era uma gritaria só.
Lenda ou verdade, fato é que histórias de assombrações permeiam o imaginário popular e deixam muita gente com os cabelos em pé. Para os mais supersticiosos, datas como essa são propícias ao surgimento de situações e criaturas horripilantes. Para quem não acredita, esta quarta-feira é um dia qualquer.
O Lado B saiu às ruas de Campo Grande em busca dessas histórias e de relatos de gente que jura tervisto assombrações ou, mesmo sem qualquer contato ou comprovação, acredita nas histórias repassadas boca a boca.
“A única assombração aqui sou eu”, brincou a zeladora Vera Ilda Pereira, de 55 anos, que trabalha há três décadas entre os túmulos do cemitério Santo Antônio, o mais antigo de Campo Grande.
“Quando o Zé do Caixão levanta eu saio correndo”, acrescentou, ao dizer, com muito bom humor, que não acredita “nessas coisas”. “Os mortos não fazem nada não. Tenho medo é dos vivos”, disse.
A loira que sai do túmulo - Mas há um boato, revelou, que deixa os funcionários intrigados. Rola a conversa de que uma loira, vestida de branco, sai à noite de um dos túmulos construídos na entrada do cemitério, chama um taxi, vai para a cidade, faz compras, volta e, quando passa do portão, desaparece. “Mas eu nunca vi”, finalizou.
Do lado de fora, o taxista mais antigo, Alípio Costa, de 79 anos, confirma o buxixo e apresenta novas informações, mas é descrente do fato. “Isso é conto de carochinha. Trabalho aqui há 39 anos e nunca vi nada”, disse.
Quem espalhou a primeira versão, conta, foi um amigo, que trabalhava com ele na época em que era o responsável pela frota de taxi daquele ponto. Na companhia de Alípio, a equipe do Lado B saiu à procura de “Batatinha”, o taxista que deu carona à suposta defunta e que hoje, 30 anos depois, trabalha em outro ponto.
Jucelino Alves Pereira, de 59 anos, o “Batatinha”, cai na gargalhada quando descobre o motivo da reportagem, mas aceita conversar enquanto faz uma corrida à aldeia Marçal de Souza, o próximo caminho de nossa equipe. Lá encontraríamos a história do “assovio misterioso”.
Da fonte oficial, a história da loira que sai do túmulo é bem mais simples e, por incrível que pareça, consegue ser mais interessante. Como todo bom relato de terror, este também aconteceu durante a madrugada, por volta de 1h. Foi no ano de 1979.
Batatinha estava cochilando no taxi, em frente ao cemitério Santo Antônio, quando foi surpreendido por duas jovens, uma loira e uma morena, que aparentavam ter menos de 20 anos. O pedido foi simples: Uma corrida a qualquer igreja.
A revelação da morte, dentro do veículo, causou espanto, mas Jucelino imaginou que fosse brincadeira de mau gosto e chegou a pensar que as garotas pretendiam assaltá-lo. Sem comunicá-las, ele resolveu mudar o caminho e parou na antiga rodoviária de Campo Grande. Se fosse um assalto, relembrou, poderia pedir ajuda aos colegas taxistas.
Mas não houve qualquer ação nesse sentido. Quando o táxi chegou à rodoviária, as jovens pagaram a corrida e, sem questionar, desceram. Quando o taxista retornou ao ponto, em frente ao cemitério, uma nova surpresa: A loira e a morena estavam, novamente, no mesmo local e, como antes, pediram uma corrida “para qualquer igreja”.
“Aí eu vi que não era um assalto”, conta. Mesmo com medo, Batatinha resolveu fazer a corrida. Mas, desta vez, não perguntou nada e, ao invés da igreja Nossa Senhora Perpétuo Socorro, deixou as “clientes” na Igreja Sirian Ortodoxa. Foi a última vez que viu a loira misteriosa. A morena, durante todo o trajeto, da primeira e segunda vez, não abriu a boca para dizer nada.
Para os amigos do taxista, o que aconteceu não passou de invenção, de um devaneio qualquer. Alípio Costa, por exemplo, acredita que Jucelino dormiu e sonhou com tudo isso, mas Batatinha garante que o relato é verdadeiro. “Na nossa vida acontece de tudo. Você não pode duvidar de nada. Se me pedirem para contar mil vezes eu vou contar igual”, disse.
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